Mālā ou Japamālā
Utilizamos o Mālā para auxiliar-nos a manter o ritmo e também para contar o número de repetições durante a prática de Japa. Tradicionalmente o mālā é um colar de 108 contas de sândalo ou rudraksha. Há ainda uma conta extra, chamada meru, que representa o eixo do mundo.
Por que os mālās tem 108 contas?
Segundo Swami Dayananda, “O sânscrito tem 54 letras. Ascendendo e descendendo, de a para ha e de hapara a, temos 108 sons. A é a primeira letra, o primeiro som. Ha é a última. Cada um deles é um som de Īśvara. Cada palavra é Īśvara. Todas as palavras em sânscrito estão entre o som a e o som ha, em diferentes arranjos. Assim, você escolhe um nome de Īśvara e o repete 108 vezes, simbolizando que você repetiu todos os sons, todos os nomes de Īśvara, do a ao ha, do primeiro ao último. Isso equivale a fazer um pradakṣiṇa, uma circunvolução ritual num templo, num lugar de peregrinação, o que por sua vez equivale a fazer um passeio ritual pelo cosmos.” Tradução Pedro Kupfer
Outra razão
Por Pedro Kupfer no Livro Yoga Prático
“Várias interpretações foram dadas para este fato, o número 108 tem sido considerado sagrado desde tempos imemoriais na Índia. Entretanto, a mais convincente provém da astronomia védica. Já naquele tempo, os rishis védicos, criadores do Yoga, diziam que tudo implica contagem – seja na composição de altares, seja na de hinos ou mandalas – era reflexo de alguma correlação matemática, de distância entre o sol e a terra, entre a lua e a terra ou outras. Em termos de diâmetro solar, a distância aproximada entre o sol e a terra é 108 vezes o diâmetro do sol. A distância média entre a lua e a terra é de 108 vezes o diâmetro lunar. Esses valores se obtêm através de simples observações visuais, que podem fazer-se a olho nu: colocando uma vara no chão e afastando-se dela 108 vezes a sua altura, obtém-se a dimensão angular exata do sol ou da lua. Essa é a razão pela qual o número 108 é considerado sagrado, e pela qual os japamālās, terços hindus para contar mantras, possuem 108 contas. Simbolicamente, fazer uma volta de japamālā equivale a fazer uma jornada para o céu. Desta forma, as 108 contas do mālā representavam um número equivalente de degraus que nos levam a realidade transcendental.”
Japa
Repetição de um mantra sem melodia.
Pode ser nas formas:
Mānasa: inaudível, mental
Upāmshu: sussurrante, que é percebido apenas pela pessoa que faz
Vāchika: audível, em voz alta
“Japa demasiado rápido compromete o progresso na prática. Japa em velocidade muito baixa pode promover doenças. Portando, o japa deve fazer-se de forma contínua e uniforme, como as pérolas de um colar.” Mantra Yoga Samhīta 64
Ajapa
O japa que não é japa.
É a repetição mental de um mantra feita de forma sincronizada com a respiração.
Ex. [so ham] eu sou isso. O mantra que corresponde ao som da respiração, feito de forma inconsciente quando respiramos.
Como fazer Japa sem Mālā?
Por Patricia de Abreu